Desempenho ambiental
GRI 102-11, 103-1
A BrasilAgro adota como valor cumprir integralmente a legislação trabalhista e ambiental e trabalha ativamente em parceria com os órgãos governamentais e não governamentais para ampliar os impactos positivos nas regiões onde atua. Assim, em busca da melhoria contínua das ações voltadas para o meio ambiente, tem como principais premissas:
A adequação às leis ambientais é um dos pilares da estratégia da Companhia no desenvolvimento das propriedades. Após a incorporação de novas áreas, os departamentos ambiental e jurídico coorporativo, em conjunto com o time operacional das fazendas, implementam o plano de ação desenhado para adequar a propriedade à legislação ambiental sob diversos aspectos, entre eles, a estrutura da fazenda, o respeito às áreas de proteção ambiental e reserva legal, a inscrição dos cadastros nos órgãos competentes e obtenção de licenças para todas as atividades desenvolvidas, além do treinamento e divulgação dos procedimentos e políticas ambientais aos novos colaboradores.
A legislação ambiental brasileira é reconhecida como uma das mais modernas e completas do mundo. O meio ambiente, além de ser um princípio da própria constituição, é tema central de diversas leis em níveis federais e estaduais.
Por conta disso, a Companhia possui um sistema que divulga, semanalmente, a atualização da legislação ambiental federal e dos estados em que atua, mantendo-se informada e podendo realizar eventuais adequações necessárias. O departamento ambiental possui um sistema de gestão de licenças, prazos de renovação e condicionantes, que garante o cumprimento de todos os compromissos firmados com os órgãos ambientais de acordo com o cronograma estabelecido. Anualmente, são realizadas autoavaliações pelo time operacional das fazendas, que identifica oportunidades de melhoria de processos e estrutura e, dessa forma, realiza planos de ação com os devidos prazos de implementação e responsabilidades. Atualmente, 120 licenças e 179 condicionantes de monitoramento mensal, semestral ou anual são geridas através de alertas enviados com antecedência adequada para que o departamento ambiental tome as medidas cabíveis para cada caso.
Gestão do uso do solo e biodiversidade
GRI 103-2, 103-3 (desmatamento e uso do solo), 304-2
Todas as propriedades da BrasilAgro possuem o Cadastro Ambiental Rural (CAR), registro eletrônico que consiste no levantamento de informações georreferenciadas do imóvel, com a delimitação do uso e ocupação de cada local. São declaradas as áreas protegidas (reserva legal, preservação permanente), os remanescentes de vegetação nativa, bem como aquelas utilizadas para atividades agropecuárias. Assim, o CAR é uma importante ferramenta para o gerenciamento ambiental. A BrasilAgro gerencia 100 Cadastros Ambientais Rurais, sendo 67 em áreas próprias e 33 de áreas de parcerias. A gestão do uso do solo é um tema de extrema relevância para a atuação da Companhia e geração de valor das propriedades. Os impactos mais significativos no solo estão relacionados à compactação, causada principalmente pelo uso intensivo de maquinário agrícola e pela possível intensificação dos processos erosivos, resultado da conversão em áreas de atividade agrícola e pecuária.
Para mitigar esses impactos, a Companhia adota, em todas as suas unidades, práticas conservacionistas do solo, como plantio de curvas de nível, com construção e manutenção de terraços, plantio direto e rotação de culturas (saiba mais clicando aqui). Por sua vez, o potencial de contaminação do solo e dos recursos hídricos, apesar de pouco significativo, é mitigado com o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (saiba mais clicando aqui), que prevê a manutenção de estruturas adequadas ao armazenamento de cada tipo de resíduo e o descarte adequado dos resíduos, gerando renda e empregos indiretos nas regiões em que a Companhia atua.
Programa de Áreas Protegidas
A BrasilAgro mantém o Programa de Áreas Protegidas, que soma mais de 68,1 mil hectares de área de vegetação nativa protegida no Brasil e Paraguai, o que corresponde a 32% da área total de suas propriedades, garantindo e contribuindo para a manutenção da biodiversidade. A área é composta tanto por áreas de preservação permanente e reservas legais quanto por corredores ecológicos e servidões ambientais, que interligam grandes maciços de vegetação nativa.
Por vezes, em sua operação, a Companhia adquire áreas degradadas ou em regeneração natural. A partir disso, é elaborado um estudo técnico, chamado Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADs), no qual a BrasilAgro se compromete a investir e adotar as melhores práticas para recuperação dessas áreas. A recuperação de áreas degradadas acontece essencialmente através do replantio de mudas nativas. Até hoje, foram plantadas 163.258 mudas, sendo 7.861 no ano-safra 2019-2020.
A Companhia está acompanhando os desdobramentos do Programa Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais – Floresta (portaria nº 288), publicado em 2 de julho de 2020 e que tem como objetivo valorizar as ações de preservação da cobertura vegetal brasileira. A BrasilAgro também é signatária do Manifesto em Defesa da Amazônia, documento elaborado pelo setor empresarial brasileiro e apresentado ao governo federal em julho de 2020, que atesta o compromisso das companhias com o desenvolvimento sustentável.
Prevenção contra incêndios
Em Goiás, a BrasilAgro tem auxiliado o Parque Nacional das Emas na construção e manutenção de aceiros, faixas livres de vegetação que ajudam a evitar a propagação de incêndios. Em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Companhia apoia cursos e treinamentos para seus colaboradores, tendo em vista a prevenção e o combate a incêndios florestais. O Parque Nacional das Emas é uma importante unidade de conservação do Cerrado, região em que são comuns temperaturas muito altas e baixa umidade relativa do ar, favorecendo a ocorrência de focos de incêndio. O Cerrado é o bioma em que, com exceção da Parceria V (Fazenda Xingu), todas unidades operacionais da BrasilAgro estão inseridas.
Visando mitigar esses riscos, a Companhia revisou e aprimorou o Procedimento de Prevenção e Combate a Incêndios, que inclui o monitoramento diário por radares e satélites, em todas as suas propriedades e entornos, bem como o aprimoramento de processos, materiais e treinamentos aos colaboradores e terceiros das fazendas. Adicionalmente, desenvolveu um Procedimento de Comunicação e Investigação de Incêndios que busca manter um arquivo robusto de documentos, fotos e relatórios internos, visando comprovar a origem dos incêndios e o registro dos prejuízos causados. A investigação é uma importante ferramenta para a melhoria contínua dos processos de combate e prevenção de incêndios nas unidades. No período, foram registradas 13 ocorrências, sendo 88,6% de origem desconhecida e as demais advindas de raio ou faísca de maquinário.
Proteção da fauna
Ciente do impacto sobre a fauna e comprometida com a conservação e preservação da biodiversidade, a Companhia desenvolve em seus empreendimentos um Plano de Resgate e Afugentamento da Fauna. No Plano, a BrasilAgro, com auxílio de especialistas contratados, identifica a fauna local, define estratégias de manejo e conservação e identifica áreas para realocação (Reserva Legal, Área de Preservação Permanente, Corredor Ecológico, áreas vizinhas com a mesma caracterização ecossistêmica, Unidades de Conservação inseridas em bioma compatível, entre outras). O órgão ambiental responsável aprova o plano e a Companhia promove o resgate e afugentamento da fauna, durante todo o período de conversão de vegetação nativa, com o acompanhamento de uma equipe de veterinários e biólogos capacitados, para destiná-la ao melhor local para sua sobrevivência.
Buscando um modelo cada vez mais integrado e sustentável, a BrasilAgro, em parceria com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA) e o Centro de Triagem de Animais Silvestres de Vitória da Conquista (CETAS), oferece suas áreas preservadas (reserva legal e preservação permanente) da Fazenda Chaparral (BA), para soltura de animais silvestres resgatados pelos órgãos ambientais.
Buscando conscientizar os moradores de suas regiões de atuação, seus colaboradores e terceiros sobre a proibição da caça, nos empreendimentos da BrasilAgro estão instaladas placas e são disponibilizados os contatos das agências ambientais para denúncia de qualquer atividade irregular. A caça é proibida em todos os empreendimentos da Companhia, que realiza rondas, de forma a evitar a entrada e a ação de caçadores ilegais em suas áreas.
Certificados atestam gestão ambiental eficiente promovida pela BrasilAgro
GRI 102-12
A partir do ABR – Algodão Brasileiro Responsável, um programa de união dos cotonicultores em prol de uma produção de algodão mais sustentável no Brasil, nossa safra 2019/2020 da Fazenda Chaparral, na Bahia, foi certificada.
Já a BCI – Better Cotton Initiative – é uma organização sem fins lucrativos que atua para melhorar a produção mundial do algodão para o produtor, para o meio ambiente e para o futuro do setor. A Fazenda Chaparral também recebeu a Licença Better Cotton pela safra 2019/2020.
Além disso, a BrasilAgro também recebeu o Certificado Onça-Pintada no ano-safra 2019-2020, concedido pelo Instituto Onça-Pintada, devido ao caso de sucesso da Fazenda Preferência (BA), empreendimento que atualmente possui áreas em transformação, adequadas para a sobrevivência das onças. O Certificado é direcionado a produtores rurais, empreendimentos ou prestadores de serviço que estejam estabelecidos em áreas de ocorrência da onça-pintada e cujas práticas sustentáveis contribuam para a sua conservação.
Conforme parceria estabelecida com o Instituto Onça-Pintada, a organização monitora a presença dos animais nas unidades da BrasilAgro, avaliando o impacto da atividade agrícola e pecuária, o bem-estar, condições propícias à vida e à reprodução desse mamífero.
Os empreendimentos rurais privados são essenciais na estratégia de conservação da espécie e a certificação atesta a adoção de práticas sustentáveis e da coexistência pacífica, contribuindo para a conservação da espécie, do seu hábitat e de suas presas naturais.
Gestão de água
GRI 303-1, 303-2, 303-5
A BrasilAgro promove a avaliação contínua da qualidade das águas superficiais e subterrâneas das fazendas, por meio da análise, em algumas unidades, de mais de 54 parâmetros em laboratório especializado e certificado pela NBR ISO 17.025. Além disso, obtém as outorgas ou dispensas de outorgas necessárias para captação e uso das águas. Para controlar a quantidade de água consumida, algumas unidades possuem hidrômetro e horímetro como mecanismos de controle dos volumes outorgados.
Com exceção das unidades Morotí (Boquerón), Serra Grande (PI) e Preferência (BA), todas as unidades possuem corpos hídricos em suas propriedades. Dessa forma, no geral, a água necessária para consumo humano, dessedentação animal, no caso das propriedades com atividade pecuária, e pulverização agrícola, é obtida por meio de poços artesianos profundos, perfurados e devidamente outorgados pelos órgãos ambientais competentes. Antes de direcionadas à caixa d’água, a água bombeada passa por processo de cloração e filtração, garantindo sua potabilidade.
A captação superficial, por sua vez, é realizada nas unidades Rio do Meio, Arrojadinho, São José e Araucária para irrigação e combate a incêndios. Em todos os pontos em que há autorização para captação, seja superficial ou subterrânea, são realizadas análises semestrais, com base na Portaria de Consolidação do Ministério da Saúde n° 5/2017, e Resolução CONAMA nº 357/2005, que garantem não só a qualidade da água, mas também a saúde dos colaboradores. Todos os pontos de captação cumprem o limite máximo permitido de sólidos dissolvidos totais.
Na unidade Moroti (Paraguai), bem como em grande parte do Chaco paraguaio, o alto índice de salinidade presente no aquífero inviabiliza o consumo humano ou animal de água via captação subterrânea. Em função disso, parte da demanda de água da propriedade é suprida pela reutilização de água pluvial, devidamente tratada previamente à distribuição.
As atividades potencialmente geradoras de impactos à qualidade dos recursos hídricos são realizadas em distâncias seguras, cumprindo requisitos da NR-31. Além disso, em nenhuma unidade é realizado o descarte de efluentes em cursos d’água. As fazendas possuem biodigestores que são dimensionados de acordo com a quantidade de funcionários e realiza o tratamento da água previamente ao descarte em sumidouros.
Consumo de água (m³/ano)1 | Captação | 2018/2019 | 2019/2020 |
---|---|---|---|
Alto Taquari | Subterrânea | 5.70 | 8.19 |
Araucária3 | Subterrânea e superficial | 19.20 | 19.03 |
Avarandado3 | Subterrânea | 49.27 | 49.27 |
Chaparral3 | Subterrânea | 37.96 | 37.96 |
Nova Buriti | Subterrânea | 1.40 | 1.01 |
Preferência | Subterrânea | -* 2 | 100.43 |
São José4 | Subterrânea e superficial | 9.064,27 | 13.933,94 |
Arrojadinho3 | Subterrânea | 5.47 | 5.47 |
Rio do Meio3 | Subterrânea e superficial | 108.77 | 108.77 |
Xingu3 | Subterrânea | 35.42 | 35.42 |
Morotí3 | Subterrânea e reuso da água da chuva | -* 2 | 63.20 |
Nota (1): Há duas formas de medição de água das unidades – em algumas unidades é feita medição efetiva e, em outras, a medição é por meio capacidade outorgada, de tal forma que poderemos ter diferenças substanciais, já que diversas unidades deverão ter o consumo inferior ao reportado, pois não utilizam toda a capacidade outorgada. Para o avanço da nossa gestão e controle, estamos implementando a instalação de horímetros e hidrômetros.
(2): Não havia medição anteriormente.
(3): A fazenda não possui hidrômetro instalado, o valor informado refere-se a vazão outorgada.
(4): A propriedade opera com irrigação.
Gestão de resíduos
GRI 306-1, 306-2, 306-4, 306-5
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) abrange procedimentos e técnicas que garantem que os resíduos sejam adequadamente coletados, manuseados, armazenados, transportados e dispostos com o mínimo de riscos e impactos ambientais.
Para possibilitar o cumprimento do PGRS, é de grande importância a participação e colaboração dos funcionários e terceiros. Por isso, a BrasilAgro desenvolveu a Norma e Procedimento Ambiental NPA 004, que estabelece a metodologia e as regras para cumprimento do PGRS, além de contar em cada unidade com uma equipe de líderes devidamente formada e treinada para constante avaliação de desempenho do Plano.
Resíduos recicláveis são destinados a cooperativas devidamente licenciadas.
Resíduos orgânicos são destinados à composteira e posteriormente transformados em adubo para cultivo de hortaliças.
Resíduos contaminados com óleo (denominados resíduos Classe I) são destinados a empresas licenciadas para incineração ou a aterro sanitário devidamente licenciado.
Embalagens vazias de defensivos agrícolas são devolvidas nas Centrais de Devolução, devidamente cadastradas.
Destinação dos resíduos gerados (quantidade) | Ano-safra 2018-2019 | Ano-safra 2019-2020 |
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Classe I | ||
Coprocessamento | 600 (L) | 1.930,00 (L) |
Rerefino | 5,22 (t) | 0,00 |
Classe II | ||
Reciclagem | 2.050,78 (t) | 149,84 (t) |
Logística reversa | 46.620 (UN) + 5,52 (t) | 61.467 (UN) + 5,6 (t) |
Nota: Os resíduos são mensurados em diferentes unidades de medida – litros (L), toneladas (t) e unidades (UN).