Desempenho

A receita líquida no exercício 2019-2020 foi de R$ 559,1 milhões, composta por R$ 71,5 milhões de vendas de fazendas e de R$ 487,6 milhões de vendas de produtos agrícolas e arrendamentos.

As receitas de soja em 2020 aumentaram R$ 33,5 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de R$ 161,7 milhões, que se referem à comercialização de 137,1 mil toneladas a R$ 1.179,44 por tonelada, para R$ 195,2 milhões, que se referem à comercialização de 166,1 mil toneladas a R$ 1.174,92 por tonelada.

As receitas de milho em 2020 tiveram um aumento de R$ 25,0 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de R$ 10,0 milhões, que se referem à comercialização de 21,3 mil toneladas a R$ 469,36 por tonelada, para R$ 35,0 milhões, que se referem à comercialização de 84,7 mil toneladas a R$ 413,60 por tonelada.

O aumento do volume de grãos comercializados reflete a incorporação de novas áreas em produção. Por outro lado, os preços praticados em cada região impactam a receita por tonelada, pois levam em consideração fatores como a distância para escoamento da produção. Nesse sentido, em 2020, há impacto frente a 2019 principalmente pelo volume de produção adicionado pela Fazenda Parceria V, localizada no Mato Grosso. Em 2020, a incorporação das Fazendas Arrojadinho e Rio do Meio acrescentaram receitas de soja e feijão.

As receitas de cana-de-açúcar em 2020 aumentaram R$ 32,4 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de R$ 160,5 milhões, referente a 1,8 milhão de toneladas a R$ 90,09 por tonelada, para R$ 192,9 milhões, referentes a 2,1 milhão de toneladas a R$ 93,55 por tonelada de cana-de-açúcar. O aumento do preço por tonelada da cana-de-açúcar é resultado do aumento do ATR (Açúcar Total Recuperável) da cana-de-açúcar comercializada. No mesmo período também houve aumento no preço do ATR por tonelada de cana colhida, passando de 0,639 R$/kg em 2019 para 0,672 R$/kg em 2020.

Breakdown EBITDA Operações (não inclui as despesas administrativas)

Derivativos

A política de riscos da BrasilAgro tem como objetivo proteger a geração de caixa, para tanto, a Companhia se mantém atenta não apenas aos principais componentes da receita, mas também aos componentes do custo de produção. Dessa forma, monitora diariamente:

a) os preços internacionais das principais commodities agrícolas produzidas pela empresa, usualmente determinados em dólares;
b) o prêmio de base, que é a diferença entre o preço internacional e o preço nacional das commodities;
c) a taxa de câmbio;
d) as cotações dos principais itens capazes de impactar consideravelmente na formação do custo de frete, fertilizantes e químicos.

Devido à alta volatilidade do dólar, que teve como principal causa a pandemia do Covid-19, tivemos um impacto negativo no resultado das operações com derivativos. Em 2020, contabilizamos R$ 40,7 milhões negativos, sendo R$ 55,8 milhões negativos referentes a operações de moeda e R$ 14,8 milhões positivos de operações com commodities No entanto, esse impacto será grande parte neutralizado no caixa, à medida que sejam liquidados ativos da Companhia, como estoques e ativo biológico.

Desempenho imobiliário

Valor de mercado de portfólio
O valor de mercado das fazendas da BrasilAgro em 30 de junho de 2020 era de R$ 1,9 bilhão, contra R$ 1,5 bilhão no ano anterior. Além dos reflexos do aumento do preço da soja, que influencia o valor da terra agrícola no Brasil, a apreciação se deve aos investimentos e à maturação do solo em consequência de ações realizadas pela Companhia. Considerando a mesma base de ativos de 2019, o valor do portfólio da BrasilAgro teve incremento de 11%.

A BrasilAgro avalia o valor de mercado de suas fazendas anualmente e, bianualmente, a avaliação é feita por uma consultoria externa e independente. A avaliação externa mais recente foi realizada em 31 de julho de 2019 e estimou um valor de mercado de R$ 1,5 bilhão às propriedades da BrasilAgro, em linha com a análise de mercado conduzida pela Companhia.

Para estimar o valor de mercado, são levados em consideração os seguintes fatores:
(I) nível de desenvolvimento da propriedade;
(II) qualidade do solo e sua maturidade;
(III) aptidão e potencial agrícola.

Nota 1: Laudo independente realizado em julho de 2019 em razão da operação de incorporação da Agrifirma.

Incorporações

Vendas de propriedades

Desempenho Operacional

Operações agrícolas
Na safra 2019-2020, a BrasilAgro apresentou crescimento de 13,5% nas áreas plantadas, frente à safra anterior. Cabe ressaltar que o aumento das áreas plantadas aconteceu em função de um aumento de produtividade das culturas mantidas pela Companhia, especialmente da soja, a despeito das vendas celebradas no exercício de 2018-2019, quando a BrasilAgro somava mais 13 mil hectares maduros ao seu portfólio.

Superfície plantada (mil hectares)

Área em produção por cultura (hectares)

Produção
A BrasilAgro está sempre atenta para agregar produtividade e novos cultivos que tragam mais rentabilidade ao negócio, ao mesmo tempo em que se preocupa em conciliar com a criação de valor para apresentar um bom desempenho imobiliário. Em linha com a estratégia da Companhia de geração de resultados operacionais sólidos, na safra 2019-2020, a produção cresceu 38% frente ao período anterior.

Produção de grãos da BrasilAgro (mil toneladas)

Cana-de-açúcar

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A Companhia segue atenta aos impactos nos preços da cana-de-açúcar devido à pandemia do Covid-19 e da crise do petróleo. A queda nos preços de etanol, inicialmente ocasionada pelos motivos citados, foi parcialmente compensada por bons rendimentos da produção da BrasilAgro. Diante da volatilidade de preços apresentada, a Companhia reduziu marginalmente a área destinada à cana, mas manteve a estimativa de produção da safra 2020. Em abril, foi iniciada a colheita da nova safra de cana-de-açúcar. Até o momento, foram colhidas  2.169.507 toneladas de cana, registrando TCH (Tonelada de Cana por Hectare) de 91,0.

Soja

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A produtividade da soja na Safra 2019-2020 foi de 3.109 Kgs/Ha, resultado 1% acima do estimado inicial. No Brasil, a produtividade de soja superou em 3,9% a estimativa inicial e foi 10,4% superior à produtividade da safra anterior. A variação negativa de 68,5% em relação à projeção inicial no Paraguai é devida a perdas em razão do clima, mas é importante ressaltar que 75,0% do prejuízo financeiro será compensado pelo seguro agrícola contratado pela Companhia.

Milho

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No Brasil a produtividade de milho superou em 2,8% o estimado inicial e foi 57,8% superior à produtividade da safra anterior. A variação negativa de 55,6% em relação à projeção inicial no Paraguai é devida a perdas em razão do clima, mas é importante ressaltar que 24,0% do prejuízo financeiro será compensado pelo seguro agrícola contratado pela Companhia.

Feijão

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A Fazenda Arrojadinho, adquirida no contexto da incorporação da Agrifirma, possui áreas relevantes destinadas ao cultivo de feijão. Em virtude das condições comerciais a Companhia também destinou áreas de segunda safra nas Fazendas Chaparral e Parceria V para essa cultura.

A produtividade ficou 22,2% abaixo do estimado devido ao fato de que, na Fazenda Parceria V, no momento do plantio, decidimos aumentar a área em 45%. Entretanto, durante o desenvolvimento da cultura os fatores climáticos ficaram abaixo do ideal.

Algodão

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As condições climáticas na Bahia não foram favoráveis no momento do plantio e, por esse motivo, a BrasilAgro reduziu a área destinada ao cultivo de algodão em 15,0% em relação ao estimado inicial, porém, no decorrer da safra, as condições climáticas foram favoráveis, permitindo o atingimento de rendimento de 4,570 kg/hectare. Até o encerramento deste relatório, foi concluída a colheita de 100% da área cultivada e a produtividade foi de 12,83 % acima da projetada.

Produção sustentável de algodão da BrasilAgro é certificada pela Better Cotton Initiative
GRI 102-12

A produção de algodão da BrasilAgro foi certificada pelo selo BCI, da Better Cotton Initiative, organização sem fins lucrativos que reúne diversos atores, como produtores, beneficiadores, comerciantes, que se uniram em uma parceria mundial para promover e incentivar uma produção mais sustentável de algodão. São diversos requisitos auditados envolvendo questões ambientais, trabalhistas e de práticas agrícolas. O selo atesta a preocupação da Companhia na produção responsável dessa cultura.

Pecuária

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A pecuária é tratada como uma atividade transitória para a BrasilAgro, visando a transformação de área. Ao todo, o estoque é composto por 15,1 mil cabeças de gado nas Fazendas Preferência, Jatobá no Brasil e Moroti, no Paraguai, que estiveram distribuídas em 13.721 hectares de pastagens já ativas no Brasil e Paraguai. Além das pastagens ativas, há outros 3.085 hectares de pasto na Fazenda Chaparral, como parte da estratégia da abertura de áreas, pois a implementação de gramíneas aumenta o nível de matéria orgânica no solo e mitiga impactos que poderiam causar baixa produtividade nas áreas novas.

Em 2020, a Companhia diminuiu a estimativa de produção de carne em relação ao divulgado inicialmente, pois o aumento do preço alterou a estratégia de compra de bezerros prevista inicialmente. Da mesma forma, as operações paraguaias foram impactadas pela pandemia causada pelo coronavírus, que acarretou o fechamento do mercado chileno às importações.

Outros

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Com a finalidade de melhorar os resultados, mitigar os riscos operacionais e como estratégia imobiliária, a Companhia arrendou a terceiros 13.778 hectares em 2020, no estado da Bahia e no Paraguai, produtores da região. Os contratos de arrendamento têm duração de até 5 anos e valor de até 18% da produção, sendo que o valor mínimo é de 5 sacas de soja por hectare.

Em 2020, o valor médio dos contratos foi de 15,5% da produção e gerou receita líquida de R$ 14,7 milhões para a Companhia no período. Além disso, há 1.689 hectares de outras culturas, como cobertura de gramíneas e sorgo, com o objetivo de incrementar a matéria orgânica e acelerar a maturação do solo.

Aviso legal:
As afirmações contidas neste documento relacionadas a perspectivas sobre os negócios, projeções sobre resultados operacionais e financeiros e aquelas relacionadas a perspectivas de crescimento da BrasilAgro, são meras projeções e, como tais, baseiam-se exclusivamente nas expectativas da diretoria sobre o futuro dos negócios. Essas expectativas dependem, substancialmente, das condições de mercado, do desempenho da economia brasileira, do setor e dos mercados internacionais e, portanto, estão sujeitas a mudanças sem aviso prévio.