Inovação
Durante todo o processo de planejamento agrícola, é avaliado, com o apoio de consultorias especializadas, a dinâmica, cenários e eventos climáticos que possam interferir no desenvolvimento das culturas durante o ano agrícola. Tendo em vista as etapas do planejamento e as ações de controle de qualidade, são realizadas análises e recomendações direcionadas a cada uma das unidades de produção existentes nas fazendas, com base em critérios de boas práticas agrícolas. Essas sugestões partem de premissas técnicas estabelecidas considerando diversos fatores relacionados ao solo, bem como ao histórico e estatísticas geradas nos ensaios científicos feitos em campo.
A BrasilAgro terceiriza os serviços de maquinário das suas operações agrícolas, ou seja, são contratados prestadores de serviços para a execução de, por exemplo, plantio, colheita, preparo de solo e pulverização. Essa estratégia possibilita que os profissionais próprios da BrasilAgro se dediquem e monitorem exclusivamente a qualidade das operações. Cabe ao Departamento de Qualidade, composto por coordenadores e técnicos alocados nas fazendas, verificar se as boas práticas agrícolas e as recomendações direcionadas para cada unidade produtiva estão sendo executadas conforme os protocolos de inspeções e avaliações no campo. Essa conferência é realizada de ponta a ponta do processo produtivo, desde o preparo de solo com operações de reestruturação e correção nas áreas que sejam necessárias, passando pelo plantio, colheita e destinação final do produto. As avaliações são feitas presencialmente e as notas são lançadas em um sistema automatizado, permitindo o controle mais assertivo e a visualização do histórico do desempenho de cada fazenda. Os controles de qualidade geram índices e ações que direcionam diversas medidas corretivas pontuais, além de nortear os projetos de melhoria contínua a serem implementados nas safras seguintes. Em todas as unidades, são utilizadas imagens de satélite de alta resolução para acompanhamento e medição das mais diversas operações. Drones auxiliam a visualização das operações em larga escala, com baixo custo e a rapidez necessária para tomada de decisão.
Apoiada cada vez mais na digitalização dos processos e implantação e uso de ferramentas tecnológicas, a Companhia coleta informações das máquinas a partir de seus sensores e, com isso, é realizado o processamento dos dados com equipe especializada e com uso de softwares SIG, gerando informações direcionadas para uso nas atividades operacionais e complementares ao planejamento e posicionamento estratégico das recomendações técnicas em cada unidade de produção avaliada.
Informações coletadas
No ano-safra 2019-2020, a Companhia aprimorou as formas de controle ao incorporar novas ferramentas de geoprocessamento, que permitem o acompanhamento em tempo real de suas áreas e contribui para o aperfeiçoamento de atividades recorrentes, como o controle de produtividade. Da mesma forma, a tecnologia favorece os processos de diligência, realizados antes de aquisições, parcerias ou arrendamentos.
A BrasilAgro adota como ferramenta de gestão financeira e operacional o Sistema SAP, que permite gerir com grande nível de detalhamento cada talhão – pedaço de área de uma propriedade –, controlando custos e rendimento, a entrada e saída de mercadorias, monitorando o estoque e, assim, garantindo uma gestão precisa de cada etapa do processo produtivo.
Práticas agrícolas aumentam a produtividade
Todas as práticas agrícolas aplicadas proporcionam o aumento na produtividade e, principalmente, maior assertividade na gestão dos recursos empregados visando conciliar o conceito de produção sustentável. A Companhia adota, em todas as suas unidades, práticas de conservação do solo, que favorecem o aumento da produtividade, sem, necessariamente, a necessidade do avanço do cultivo para novas áreas. Entre as técnicas usadas pela BrasilAgro estão o plantio de curvas de nível, com construção e manutenção de terraços para evitar a erosão, o plantio direto, a rotação de culturas, a instalação de culturas de cobertura de solo, a definição das janelas de plantio e outras práticas específicas para promover o melhor estabelecimento e desenvolvimento das culturas agrícolas.
O sistema de plantio direto possibilita o mínimo revolvimento do solo, adequado aos climas brasileiro e paraguaio. O sistema também prevê a cobertura com palhada, técnica que ajuda a amortecer o impacto das gotas de chuva e a selar a superfície do solo. A palhada é a matéria orgânica formada pelos restos da planta colhida. Dessa forma, o plantio direto evita a erosão eólica, a erosão hídrica, mantém a temperatura do solo mais baixa, evita as perdas de água por evapotranspiração e facilita a fixação e o desenvolvimento das raízes no solo.
Outra técnica adotada pela BrasilAgro é a rotação de culturas. Ainda na fase de planejamento agrícola, durante o processo de tomada de decisão sobre as técnicas a ser implantadas em cada unidade de produção, a diversificação de culturas é levada em conta como estratégia importante. São avaliados diversos fatores, como característica do solo e previsão climática. A rotação e a sucessão de culturas ajudam a garantir a sanidade e o bom desempenho das lavouras, considerando as possibilidades de mitigação de exposição a riscos climáticos e potenciais ganhos econômicos na comercialização dessas culturas. Na safra 2019-2020, além de soja, milho, algodão e cana-de-açúcar (correspondentes a 73% da produção da BrasilAgro), a Companhia cultivou feijão, milheto, sorgo, crotalária e braquiária (aproximadamente 27%) como produção de sementes ou apenas para fornecer a cobertura adequada ao solo, garantindo a manutenção do sistema produtivo.
A integração entre lavoura e pecuária também possibilita o aumento de produtividade. A agricultura proporciona uma terra com altos níveis de fósforo para a pecuária, favorecendo a manutenção de um gado mais bem alimentado e, consequentemente, o maior ganho de peso diário, além da maior carga animal (maior quantidade de animais por hectare). Por sua vez, a pecuária favorece a agricultura, por meio da palhada do capim, que enriquece o solo com nutrientes para a plantação.
A correção do solo é feita via agricultura de precisão, com amostragem a cada 5 hectares, para mapeamento dos níveis de cálcio, fósforo e magnésio e identificação das áreas que necessitam de nutrientes de forma assertiva. Com isso, a Companhia corrige e aumenta a produtividade de áreas então carentes em nutrientes e reduz custos através da melhor utilização e aplicação dos insumos. A Companhia vem ampliando as áreas com aplicação de conceitos de agricultura de precisão em todas as fazendas; na safra 2019-2020, foi realizado o trabalho em mais de 6.000 hectares, com previsão de aumento para a safra 2020-2021, buscando maximizar o uso racional dos insumos produtivos.
Na safra 2019-2020, a Companhia incorporou o uso de biológicos, com a instalação de biofábricas para produção e multiplicação de microrganismos (bactérias e fungos) benéficos tanto para cultura quanto para o solo. Foram reproduzidas mais de dez espécies de microrganismos, direcionados a diversos intuitos, como: melhoria na microbiota do solo, proteção das plantas, controle de doenças, controle de insetos nocivos às culturas e recondicionamento da cultura. O controle biológico de pragas permite a tolerância do cultivo a um período mais prolongado de seca, reduz a necessidade do uso de defensivos agrícolas, além de não deixar resíduos nos alimentos e ser inofensivo ao meio ambiente e à saúde da população. Algumas bactérias usadas como defensivos contribuem, inclusive, para a melhoria da qualidade do solo, uma vez que ajudam no desenvolvimento de fósforo. A Companhia também realiza a pulverização, que favorece o controle de pragas e evita a proliferação de doenças na plantação, além de otimizar o uso de defensivos agrícolas. Especificamente na cultura de cana-de-açúcar, foi reforçada a estratégia de controle biológico de pragas, com a liberação massiva de vespas parasitoides nas áreas com incidência de larvas da broca-da-cana. Para a safra 2020-2021, a BrasilAgro ampliará a estrutura de biofábricas para todas as fazendas produtivas, com uso em larga escala desde a fase de implantação das culturas. Para essa prática, serão destinados mais de R$ 2 milhões (cerca de 6,5% do orçamento de defensivos agrícolas) para uso específico com produtos e insumos de origem exclusivamente biológica.
O uso de sementes geneticamente modificadas é realizado nas culturas de soja, milho e cana-de-açúcar, devidamente certificadas e aprovadas pelos órgãos competentes. A BrasilAgro utiliza sementes tolerantes ao glifosato e a lagartas e, com isso, reduz a necessidade de uso de defensivos agrícolas. Além disso, o uso dessa tecnologia transformou a agricultura em larga escala, permitindo produções maiores e mais consistentes na mesma área e, consequentemente, preservando os recursos naturais.
A BrasilAgro tem acesso a inúmeras plataformas inovadoras para alcançar maior produtividade e controle operacional, por meio de tecnologia de última geração utilizada em suas atividades.